A dupla de DJs franceses apontada como sucessora do
Daft Punk lançou seu álbum de estréia em 2007 e logo dominou de vez as pistas de toda Europa e Estados Unidos. As batidas sujas de electro-house encontraram uma casa na onda new rave que domina a música independente e contrariou a tendência dominante no eletrônico atual onde o minimal trance tem crescido bastante. Doze faixas dançantes, por vezes perturbadoras, mas que conseguem fazer qualquer um mexer o bumbum. O grande sucesso
D.A.N.C.E. traz batidas disco e vozes infantis, meio
Jackson 5, e segundo a dupla é uma homenagem ao comunista
Michael Jackson.
DVNO traz uma linha de baixo poderosa. E
Phantom Part I e II é quase vulgar de tão sujas e rasgadas são suas batidas.
(capa) (download)Pela primeira vez em sua carreira,
Sam Beam contou com uma banda completa de músicos na gravação de um disco. O resultado foi o denso e super bem-produzido
The Shepherd's Dog. O álbum marca a evolução praticamente concluída de alguém que começou gravando em seu quarto coisas do tipo "voz e violão" para um músico virtuoso, capaz de unir vários estilos musicais sem fugir das suas raízes folk.
The Shepherd's Dog flerta em especial com a música africana, como demonstrado na empolgante
House by The Sea, que traz batidas ritmadas percussivas como as de canções típicas do oeste da África. O disco ainda tem pérolas do folk como a estonteante abertura de
Pagan Angel And A Borrow Car e a caprichosa
Boy With A Coin, que conta com um riff dedilhado sensacional. Um disco maduro, com letras conceituais e passionais, típicas de
Sam Beam, que dá o tom com sua voz quase sussurrada.
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Em
Night Falls Over Kortedala,
Jens Lekman mostra ser um homem em profunda adoração com o passado mas sem significar que sua visão musical seja antiquada ou meramente contemplativa. Ao longo das doze faixas do terceiro LP do cantor e compositor sueco, somos levados a uma viagem pitoresca pelas décadas de 50 e 60, com suas composições repletas de pop jazzístico, folk tradicionalista, salsa, samba, e até motown. Adicione a tudo isso as batidas etéreas do pop eletrônico sueco do
Honeydrips,
Studio e
Tough Alliance e temos um disco suave, caprichoso do início ao fim. Jens canta com ironia de seu próprio fracasso, sem medo de parecer bobo ou estúpido. Isso conta a seu favor já que dá as músicas um clima muito mais descontraído, divertido. É impossível ouvir sua carta de solidariedade para com uma amiga lésbica (
Postcard To Nina) ou seu lamento por ser tímido e se atrapalhar ao conversar com a pessoa amada (
Kanske Ar Jag Kar I Dig) sem dar risadas.
(capa) (download)Foram quatro anos de espera entre
Hail To The Thief e
In Rainbows, e se não bastasse a ansiedade dos fãs,
Thom Yorke e sua banda ainda surpreenderam o mundo musical ao lançar o disco independentemente, via web, e sem cobrar nada por isso. A manobra, além de conquistar publicidade, acabou ofuscando um pouco o brilhantismo deste que é o melhor disco da banda desde
Kid A e talvez seja, ao lado de
Ok Computer, o álbum onde a banda inglesa mais experimenta sem perder sua acessibilidade. Do começo com as batidas eletrônicas e o riff dedilhado de
Greenwood em
15 Step aos loops e vocais desolados de
Thom Yorke em
Videotape, o disco desce suave sem nunca parecer perder sua coesão. 45 minutos de batidas certeiras, riffs deliciantes, produção rebuscada e letras maravilhosas como só o
Radiohead é capaz de oferecer. Mais um acerto da banda mais consistente e influente de nossa geração.
(capa) (download)Se o
Radiohead é a banda mais influente dessa geração, o
Arcade Fire com certeza já aponta como um possível segundo colocado.
Neon Bible é apenas o segundo disco do septeto de Montreal, mas mostra músicos seguros, confiantes, sem medo de dizer o que pensam sobre o mundo e de chamar pra si a responsabilidade de ser uma das vozes da música pop.
Will Butler canta alto e forte como
Bruce Springsteen. O riff que carrega
Intervention sai de um órgão de igreja e é tão pesado quanto qualquer porrada feita numa guitarra.
Keep The Car Running é urgente, complexa, como pancadas que atingem apenas os pontos vitais. São musicas fortes, envolvidas com o contexto político atual e com questões filosóficas, existenciais. Se o
U2 foi a voz dos anos 80 e o
Pearl Jam carregou o lado político do rock na década de 90, o século XXI vê a ascensão dos canadenses do
Arcade Fire a posição de novos profetas do rock. E não esquecendo os shows, cada vez mais grandiosos e potentes, como um culto religioso.
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