domingo, 27 de janeiro de 2008

AEROCIRCO E TERMINAL GUADALUPE.

2008 começou bem para a cena underground de Florianópolis. Primeiro, foi inaugurado um novo espaço super bacana chamado Bye Bye Brasil que já coloca mais fogo na efervescência cultural da capital. Depois, os super-indies-cool do Forgotten Boys lotaram o clube da sinuca na Rocket do dia 15 e mandaram um show pra lá de animado. E ainda tem o clube da luta, firme e forte promovendo shows pra galera quase toda semana. Ontem, foi a vez de quem estava no Drakkar conferir duas das melhores bandas da música independente nacional na atualidade: Aerocirco e Terminal Guadalupe. À convite dos catarinenses, a banda curitibana fez sua segunda apresentação na capital (a primeira havia sido na abertura do Claro Que É Rock quando o Placebo veio pra ilha no começo de 2005) e não decepcionou, destilando seu rock cheio de guitarras e peso, no melhor estilo indie-rock anos 90.


Dona de um dos melhores discos nacionais de 2007, A Marcha dos Invisíveis, o Terminal Guadalupe conseguiu empolgar uma platéia ainda desconhecida, que não sabia muito do repertório, mas que pulou e se divertiu com os riffs empolgantes do quinteto. O show terminou de maneira explosiva numa Jam muito bem executada e o guitarrista Allan ainda mandou umas “guitarradas” no teto, dando um desfecho bem rock & roll lifestyle para a apresentação.

Os curitibanos então deixaram o palco para a atração que a maioria presente no bar aguardava: a prata da casa Aerocirco, que mandou ver suas melodias “strokianas” e colocou a galera pra quebrar tudo enquanto dançava e cantava junto as letras. Cada vez mais populares aqui na ilha, (merecidamente, já que seu segundo disco, Liquidificador, ta pra lá de excelente) a banda pode até se dar o luxo de dar paradinhas e colocar o público pra cantar as letras sozinho.

As duas bandas tocam juntas ainda no Joker’s Pub em Curitiba dia 14 de março. Para você que quer conferir o trabalho das bandas, pode acessar o http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=1376 para baixar o disco Marcha dos Invisíveis do Terminal Guadalupe de graça ou então o www.aerocirco.com.br para ouvir as músicas do disco Liquidificador da Aerocirco.
PROMOÇÃO

Mas, se você estiver interessado em conferir o disco A Marcha dos Invisíveis bonitinho, na caixinha, lacradinho em com DVD Bônus, o programa Ziriguidum está sorteando um exemplar do álbum da banda curitibana. Para concorrer, basta deixar um comentário aqui no blog ou mandar email ao programaziriguidum@hotmail.com (nos adicione também no MSN para participar ao vivo no programa). O resultado da promoção sai no primeiro programa do ano, dia 7 de março.

Marcadores: , ,

sábado, 26 de janeiro de 2008

SLEDGEHAMMER.

Da série Ziriguidum's Awesome Videos, começando right now com um clássico dos early days da emetevê: Sledgehammer, do ex-genesis-ex-genio-agora-muito-freak Peter Gabriel:


Marcadores: ,

NOWHERE



A sugestão de hoje do Ziriguidum é um disco de shoegaze. O que é o shoegaze? O shoegaze (uma referência ao fato dos integrantes dessas bandas sempre tocarem olhando para os pés) é um rock denso e enigmático e que também não agrada fácil. Ou você gosta e consegue assimilar melodias em meio a tanto feedback e distorção ou você odeia e acha tudo apenas um monte de barulheira sem sentido. Apesar de influente, e até um tanto bem-sucedido, o gênero teve vida curta (pode-se dizer que começou com o clássico Psychocandy do Jesus & Mary Chain em 85 e acabou com Storm In Heaven do The Verve em 93) e por isso, os fãs que ainda restam tem que viver do passado ou escutar algumas das “neo-shoegazing” bandas que se alimentam dos reverbs e efeitos de estúdio imortalizados por Kevin Shields (My Bloody Valentine), como é o caso do Asobi Seksu, A Sunny Day In Glasgow e Blonde Redhead, para citar apenas algumas das mais importantes.

Quando qualquer bem entendido em história da música pop pensa no shoegaze, a primeira coisa que vem a cabeça é Loveless, disco do My Bloody Valentine lançado em 91; o caos melódico de Kevin Shields ainda atormenta muito ouvinte despreparado e conquista até o mais cético em relação a eficiência da distorção e dos efeitos de guitarra no lado melódico do rock. Mas na verdade, um ano antes, um quarteto de Oxford, gravou um clássico esquecido do gênero: Nowhere foi o primeiro disco do Ride, banda formada por Andy Bell (hoje baixista do Oasis) que usou de suas influências no próprio My Bloody Valentine, para criar uma coleção de músicas quase criogênicas: capazes de se manterem vivas e cativantes envolvidas em toda uma rede de guitarras em feedback, cheias de distorção e explosão. O barulho e poder estridente de um bom ritmo na bateria com a melodia quase antêmica de Seagull abrem o disco alertando o ouvinte para o que virá a seguir: uma insistente sustentação distorcida que vai segurar as melodias em todas as faixas. Melodias etéreas são postas contra a parede pelo fundo rasgado conseguem soar doces como em Dreams Burn Down e Vapour Trail. O Ride também ataca e Decay é como o Sonic Youth em seu tempos de mais raiva e peso.

Nowhere é um clássico que a revista Pitchfork incluiu na lista dos melhores álbuns dos anos 90 e que a NME recentemente elegeu 39 melhor disco britânico de todos os tempos. Vale a pena conferir; fica a dica.

Marcadores: ,

domingo, 13 de janeiro de 2008

ZIRIGUIDUM TOP 5 ALBUMS OF 2007

E a contagem chega ao final! A seguir, os cinco melhores discos do ano que se passou apontados após uma seleção apurada feita por mim em meio ao meu disco rígido e minha memória musical:

5 // HISSING FAUNA, ARE YOU THE DESTROYER?// by Of Montreal

Image Hosted by ImageShack.us

A música eletrônica domina cada vez mais a cabeça do compositor e vocalista Kevin Barnes, o homem por trás da banda Of Montreal (que apesar do nome é norte-americana). Hissing Fauna, Are You The Destroyer? completa a transição apontada por Sunlandic Twins, onde psicodelia sessentista se une ao indietronica e batidas disco. O álbum lançado pela banda no início de 2007 pode ser considerado, sem sombra de dúvidas, seu melhor trabalho. As doze faixas escorrem com fluidez, e a voz de Barnes passeia por várias personalidades, tranquila, sem parecer forçada em nenhum momento. A porrada de abertura, Suffer For Fashion, é cativante e já o incita a dançar. Gronlandic Edit venera a disco music, e parece feita sob medida para tocar em pistas de patinação. The Past Is A Grothesque Animal, um tour de force nervoso de 12 minutos, é perturbadora, com seu solo de teclado sintético e pesado dando o tom com a voz gritante de Barnes. Faberge Falls For Shuggie, divertidíssima, traz Barnes brincando com os falsetes e abusando da ironia. Um álbum genial, delicioso aos ouvidos; Hissing Fauna, Are You The Destroyer? é daqueles discos que você ouve sem parar por semanas seguidas. (baixe este disco agora!)

4 // BOXER // by The National

Image Hosted by ImageShack.us


Melancólico e desesperador como a desolação e solidão de beber em bares do submundo na alta madrugada. Se você quer uma definição concisa da espécie de som que temos aqui essa pode parecer amedrontadora, mas talvez seja a mais adequada. Boxer afirma mais uma vez a evolução do som da banda de Brooklyn, NY: o The National. O vocalista Matt Berninger com sua voz de barítono única e potente guia junto aos riffs característicos das músicas da banda esse álbum, que é doce e sublime em toda sua obscuridade e deslocamento. Um sentimento de marginalização domina, e a voz de Berninger é confiante, como alguém consciente do seu sofrimento e sua condição mas sem vergonha de extravasar tudo isso. Em Ada, por exemplo, a doce melodia no piano (tocado por Sufjan Stevens) e no dedilhado de violão serve de colchão para Berninger deitar e confessar sua insistência em descobrir os porquês de uma relação mal-acabada. Mistaken For Strangers é pesada, forte (um dos melhores riffs de guitarra do ano) e a certeira bateria de Bryan Devendorf martela na cabeça enquanto Matt discorre da efemeridade de muitas das nossas amizades. Sobre ainda para Berninger celebrar o amor puro mas fadado a terminar a qualquer momento em Apartment Story, onde mais uma vez a bateria de Devendorf aparece com destaque. Boxer é um álbum deliciosamente obscuro, de uma maneira ácida e "alcóolica" que apenas caras como Tom Waits e Nick Cave já fizeram. (clique aqui e baixe o disco!)

3 // PERSON PITCH // by Panda Bear

Image Hosted by ImageShack.us


Noah Lennox (a.k.a. Panda Bear) é uma das quatro mentes bizarras e visionárias que integram o Animal Collective. Radicado em Lisboa, o compositor norte-americano gravou em Person Pitch sete músicas todas à partir de micro-samples que não duram mais de 10 segundos. Bros é a principal delas por trazer um senso melódico apurado e requintado, que deixa difícil acreditar que ela é feita apenas com samples. Acordes degustáveis e brilhantemente bizarros, como uma ensolarada melodia de Brian Wilson. As colagens psicodélicas continuam em Take Pills, uma ode aos comprimidinhos da felicidade. I'm Not é etérea e sua melodia é inconstante de uma maneira estranhamente agradável. Good Girl/Carrots, por sua vez, traz samples de Lee Perry e um ritmo dub sujo, misturado com música indígena. Person Pitch marcou o ano como o disco mais original produzido e, ao lado de Since I Left You dos Avalanches e Endtroducing... do DJ Shadow, é um dos maiores clássicos produzidos apenas com samples. (baixe o disco!)

2 // SOUND OF SILVER // by LCD Soundsystem

Image Hosted by ImageShack.us


James Murphy lançou o disco que melhor define a música de 2007: Sound Of Silver. Um passeio de 40 minutos pelo punk, pós-punk, dance music, house, disco, rock, soul, e indie rock. É mole? Some a isso a música do ano, All My Friends, com seus sete minutos carregados por um piano insistente e agradavelmente repetitivo que dá o pano de fundo urgente para a letra sobre a efemeridade da vida. O glamour estilo David Bowie na fase Berlim em Get Innocuous abrindo o disco é seguido pelas batidas disco de Time To Get Away. Aí vem: disco-punk em North American Scum. As melhores batidas eletrônicas do ano povoando Someone Great. A agitada Us v Them. O pancadão punk de Watch The Tapes. O glitch/trance/house de Sound Of Silver. E a finalização precisa meio à lá Otis Redding em New York I Love You, But You're Bringing Me Down. Um disco sem falhas e destinado a se tornar um clássico certo dentre os híbridos de dance e rock já produzidos. (baixe o disco)

1 // GA GA GA GA GA // by Spoon

Image Hosted by ImageShack.us


É difícil imaginar alguém na música pop atual que seja um compositor de tamanha visão e percepção musical quanto Britt Daniel. O vocalista e líder da banda texana Spoon, já com seis álbuns lançados, consegue a cada disco expandir mais o som indie rock de seu grupo para muito além das origens guiadas por Pixies e Pavement que os lançaram na cena. Ga Ga Ga Ga Ga impressiona por sua unidade. 10 músicas diretas, nada excêntricas. Canções originais que fisgam o ouvinte. É impossível apontar uma faixa ruim no disco. Don't Make Me A Target transita entre um pop melódico, tranquilo e um tour de force com a guitarra distorcida fazendo par com um piano arrebatador. You Got Yr. Cherry Bomb é o mais Motown que o indie rock pode ser e poderia ter sido produzida por Phil Spector. A dançante Rhthm & Soul abre o caminho para O dub fodaço de Eddie's Ragga. Depois temos ecos de música latina em The Underdog (produzida por Jon Brion) e a animada Finer Feelings, que tem traços de The Clash em Sandinista! O disco acaba com Black Like Me, uma doce balada que quando caminha para o seu climax acaba repentinamente com o Spoon a deixar no ar o sentimento de ansiedade da música pop experimental. Um desejo de sempre inovar sem excessos, sem frescuras e buscando em pouco mais de 3 minutos, surpreender. Ga Ga Ga Ga Ga é, de longe, o Spoon em sua melhor forma. (clique aqui e baixe o primeiro lugar!)

Marcadores:

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

ZIRIGUIDUM APRESENTA: THE TOP 20 ALBUMS OF 2007

Image Hosted by ImageShack.us

A dupla de DJs franceses apontada como sucessora do Daft Punk lançou seu álbum de estréia em 2007 e logo dominou de vez as pistas de toda Europa e Estados Unidos. As batidas sujas de electro-house encontraram uma casa na onda new rave que domina a música independente e contrariou a tendência dominante no eletrônico atual onde o minimal trance tem crescido bastante. Doze faixas dançantes, por vezes perturbadoras, mas que conseguem fazer qualquer um mexer o bumbum. O grande sucesso D.A.N.C.E. traz batidas disco e vozes infantis, meio Jackson 5, e segundo a dupla é uma homenagem ao comunista Michael Jackson. DVNO traz uma linha de baixo poderosa. E Phantom Part I e II é quase vulgar de tão sujas e rasgadas são suas batidas. (capa) (download)

Image Hosted by ImageShack.us

Pela primeira vez em sua carreira, Sam Beam contou com uma banda completa de músicos na gravação de um disco. O resultado foi o denso e super bem-produzido The Shepherd's Dog. O álbum marca a evolução praticamente concluída de alguém que começou gravando em seu quarto coisas do tipo "voz e violão" para um músico virtuoso, capaz de unir vários estilos musicais sem fugir das suas raízes folk. The Shepherd's Dog flerta em especial com a música africana, como demonstrado na empolgante House by The Sea, que traz batidas ritmadas percussivas como as de canções típicas do oeste da África. O disco ainda tem pérolas do folk como a estonteante abertura de Pagan Angel And A Borrow Car e a caprichosa Boy With A Coin, que conta com um riff dedilhado sensacional. Um disco maduro, com letras conceituais e passionais, típicas de Sam Beam, que dá o tom com sua voz quase sussurrada. (capa) (download)

Image Hosted by ImageShack.us

Em Night Falls Over Kortedala, Jens Lekman mostra ser um homem em profunda adoração com o passado mas sem significar que sua visão musical seja antiquada ou meramente contemplativa. Ao longo das doze faixas do terceiro LP do cantor e compositor sueco, somos levados a uma viagem pitoresca pelas décadas de 50 e 60, com suas composições repletas de pop jazzístico, folk tradicionalista, salsa, samba, e até motown. Adicione a tudo isso as batidas etéreas do pop eletrônico sueco do Honeydrips, Studio e Tough Alliance e temos um disco suave, caprichoso do início ao fim. Jens canta com ironia de seu próprio fracasso, sem medo de parecer bobo ou estúpido. Isso conta a seu favor já que dá as músicas um clima muito mais descontraído, divertido. É impossível ouvir sua carta de solidariedade para com uma amiga lésbica (Postcard To Nina) ou seu lamento por ser tímido e se atrapalhar ao conversar com a pessoa amada (Kanske Ar Jag Kar I Dig) sem dar risadas. (capa) (download)

Image Hosted by ImageShack.us

Foram quatro anos de espera entre Hail To The Thief e In Rainbows, e se não bastasse a ansiedade dos fãs, Thom Yorke e sua banda ainda surpreenderam o mundo musical ao lançar o disco independentemente, via web, e sem cobrar nada por isso. A manobra, além de conquistar publicidade, acabou ofuscando um pouco o brilhantismo deste que é o melhor disco da banda desde Kid A e talvez seja, ao lado de Ok Computer, o álbum onde a banda inglesa mais experimenta sem perder sua acessibilidade. Do começo com as batidas eletrônicas e o riff dedilhado de Greenwood em 15 Step aos loops e vocais desolados de Thom Yorke em Videotape, o disco desce suave sem nunca parecer perder sua coesão. 45 minutos de batidas certeiras, riffs deliciantes, produção rebuscada e letras maravilhosas como só o Radiohead é capaz de oferecer. Mais um acerto da banda mais consistente e influente de nossa geração. (capa) (download)

Image Hosted by ImageShack.us

Se o Radiohead é a banda mais influente dessa geração, o Arcade Fire com certeza já aponta como um possível segundo colocado. Neon Bible é apenas o segundo disco do septeto de Montreal, mas mostra músicos seguros, confiantes, sem medo de dizer o que pensam sobre o mundo e de chamar pra si a responsabilidade de ser uma das vozes da música pop. Will Butler canta alto e forte como Bruce Springsteen. O riff que carrega Intervention sai de um órgão de igreja e é tão pesado quanto qualquer porrada feita numa guitarra. Keep The Car Running é urgente, complexa, como pancadas que atingem apenas os pontos vitais. São musicas fortes, envolvidas com o contexto político atual e com questões filosóficas, existenciais. Se o U2 foi a voz dos anos 80 e o Pearl Jam carregou o lado político do rock na década de 90, o século XXI vê a ascensão dos canadenses do Arcade Fire a posição de novos profetas do rock. E não esquecendo os shows, cada vez mais grandiosos e potentes, como um culto religioso. (capa) (download)

Marcadores:

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

ZIRIGUIDUM APRESENTA: THE TOP 20 ALBUMS OF 2007

Continuando nossa listagem dos 20 melhores do ano, apresento hoje os discos de 15 a 11 no countdown:

ZIRIGUIDUM'S TOP 20 ALBUMS OF 2007

Image Hosted by ImageShack.us


15. WE WERE DEAD BEFORE THE SHIP EVEN SANK by Modest Mouse

Com Johnny Marr (ex-The Smiths) nas guitarras, o Modest Mouse lançou seu terceiro disco pela Epic com uma boa divulgação e um bom respaldo adquirido com o sucesso dos singles Float On e Ocean Brathes Salty do disco anterior. O resultado foi um primeiro lugar na parada da Billboard e um disco ainda melhor. Não é uma obra-prima, e passa longe do brilhantismo de The Moon & Antarctica de 2000, mas aqui a produção rebuscada e o adicional dos riffs de Marr fazem de We Were Dead Before The Ship Even Sank um disco sensacional, que incorpora tudo que há de bom no indie rock da atualidade. Temos espaço para o velho Isaac Brock maluco de sempre na dançante Dashboard e na pesada Spitting Venom e para o Modest em sua faceta mais melódica em Missed The Boat e Little Motel. (capa) (download)

14. THE STAGE NAMES by Okkervil River

O quarto disco dos texanos do Okkervil River não é tão brilhante quanto Black Sheep Boy de 2005 (talvez um dos 10 melhores discos da década) mas em The Stage Names, a banda continua fiel a sua devoção pelo rock'n roll em sua forma mais tradicional, demonstrando forte influência de artistas americanos como Tom Petty, The Byrds, Neil Young e dos Beach Boys, que tem emprestado os versos de Sloop John B na faixa John Allyn Smith Sails. O disco abre com a desesperada e obscura Our Life Is Not A Movie Or Maybe, continua no jam rock de Unless It's Kicks (um dos melhores riffs de guitarra do ano) e depois encontra um Sheff mais confissional em A Girl In Port e na faixa-título. The Stage Names passa as vezes a impressão de ser um disco conceitual, contando a história de uma banda de rock confratando os obstáculos de uma turnê. (capa) (download)

13. ICKY THUMP by The White Stripes

Meg e Jack White amadureceram. Já são dez anos de carreira, alguns anos de sucesso atingindo o topo das paradas, e o som da banda evoluiu de um lo-fi garageiro tosco mas certeiro até um hard rock cru bem produzido, com sintetizadores, pianos e glockenspiels. Icky Thump traz a dupla fazendo o que sabe melhor: quebrar tudo e se divertir com o bom e velho rock'n roll. Os riffs de Jack White passeiam pelo garage rock sessentista e pelo hard rock led zeppeliniano e as letras são mais irônicas que nunca. Um disco ao melhor estilo "faça você mesmo" como a muito não se via no rock. Pode não ser o melhor álbum do ano, mas sem dúvida é o mais divertido. (capa) (download)

12. SPIRIT IF... by Kevin Drew

Um dos cabeças por trás do coletivo/super grupo/orgulho do rock canadense Broken Social Scene, Kevin Drew se lançou a uma "carreira solo" em 2007 ao lançar Spirit If... que traz 13 faixas do músico em colaboração com os velhos amigos de sempre. Sim, é como se fosse outro disco do Broken Social Scene, mas por isso mesmo ele é tão bom. Os melódicos rocks atmosféricos típicos da banda de Drew aparecem aqui nas faixas TBTF, Lucky Ones e Bodhi Sappy Weekend (uma faixa mega produzida com metais, cordas, efeitos vocais e eletronicos) e riffs mais oitentistas aparecem em Backed Out On The... (com participaçao de J. Mascis do Dinosaur Jr.) e Frightening Lives. (capa) (download pt1) (download pt2)

11. ANDORRA by Caribou

Aparentemente, o líder e compositor do Caribou, Dan Snaith, planeja até o fim de sua carreira explorar todos os estilos musicais possíveis com os lançamentos de sua banda. Primeiro foi o minimal meio ambient, glitch. Depois veio os flertes com a psicodelia ao estilo Mercury Rev/Super Furry Animals. Aí, Snaith se voltou ao krautrock, e agora em Andorra, a paixão do músico passa a ser os sons psicodélicos dos anos 60, mais precisamente de 67, onde surgiram os chamados Sounds Of Summer. A começar pela capa, o clima "flower power" domina o disco do início ao fim, com a voz calma de Snaith se juntando às melodias ensolaradas e lisérgicas do disco. Melody Day abre com uma bateria urgente e flautas suaves em contraste. Tem ainda Desirée, uma deliciosa melodia progressiva que vai crescendo com a voz de Snaith culminando num refrão envolvente e quase fantasioso. (capa) (download)

Marcadores:

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

ZIRIGUIDUM APRESENTA: THE TOP 20 ALBUMS OF 2007

Sim amiguinhos! O Ziriguidum está de férias junto de toda a Universidade e, como nós da equipe ziriguiduense bem sabemos, todos vocês estão morrendo de saudades da gente e se desesperam toda sexta-feira ao perceber que não podem colocar seus ouvidos na escuta de mais uma experiência sonora inigualável. E pode confessar, você entra no blog todo santo dia para saber das novidades e fica ainda mais triste ao ver ele assim, tão abandonado. Mas esses são tempos já remotos na linha do tempo Ziriguidum. Começando uma nova era na comunicação cibernética do programa, o blog ZIRIGUIDUM ON THE WEB traz super listinhas, começando hoje com a primeira parte dos nossos 20 melhores discos do ano. Até sábado você ficará sabendo o que brindou os ouvidos deste que vos escreve com as melhores melodias, acordes e batidas jamais imaginadas pelo mesmo. Depois, na semana que vem, as 40 melhores músicas do ano. Portanto, aguardem e desfrutem das informações, downloads e diversões ondulatórias sonoras aqui oferecidas para mexer com seus estribos, martelos e trombones.

ZIRIGUIDUM'S TOP 20 ALBUMS OF 2007

Image Hosted by ImageShack.us


20. THE FLYING CLUB CUP by Beirut

O segundo disco de Zach Condon começa nossa lista nos convidando a viajar com o músico pela França. The Flying Club Cup tem ritmo de valsa e é a trilha sonora perfeita para um café em qualquer beco parisiense. Pianos, acordeões, violinos, trompetes, percussão, violões, inúmeros instrumentos se misturam para criar uma atmosfera única onde a música popular francesa se encontra com o indie pop. (capa) (download)

19. OUR EARTHLY PLEASURES by Maximo Park

Our Earthly Pleasures é o segundo e animado disco dos ingleses do Maxïmo Park. O pós-punk de traços new wave da banda traz muita melodia, lembrando em alguns momentos o The La's (comparação ajudada pelas vozes semelhantes de Paul Smith com o vocal da extinta banda inglesa, Lee Mavers). O álbum começa de tirar o fôlego, em especial na elétrica Our Velocity, onde um teclado meio Human League carrega o verso junto a um riff punk pesadíssimo. Em compensação, o ritmo vai caindo gradualmente, culminando na belíssima Parisian Skies, a última faixa. Um dos melhores discos já lançados no revival pós-punk do século XXI. (capa) (download)

18. FAVOURITE WORST NIGHTMARE by Arctic Monkeys

O quarteto de Sheffield mostrou que o ótimo e bem-sucedido Whatever People Say I Am, That's What I'm Not não era sorte de principiante e com Favourite Worst Nightmare fizeram um álbum tão (se não mais) brilhante. Os riffs cativantes e sem frescuras de Alex Turner e Jamie Cook dialogam entre si e o preciso Matt Helders continua mandando muito bem na bateria, carregando algumas das músicas com suas batidas precisas. O sucesso entre a crítica e o primeiro lugar nas paradas britânicas provaram que o "Sophomore Slump" (maldição do segundo disco) é algo bem distante da realidade dos Macacos Árticos. (capa) (download)

17. THE REMINDER by Feist

No ano de 2007, Leslie Feist se tornou a nova "queridinha" do pop inteligente. O single de 1, 2, 3, 4 levou a cantora a um surpreendente oitavo lugar no Hot 100 da Billboard e rendeu uma indicação ao Grammy de Melhor Performance Vocal Feminina. Um reconhecimento justo, pois The Reminder traz uma mulher confiante que álem de uma excelente cantora, mostra também ser uma grande compositora. Músicas fortes que soam um tanto feministas como My Moon My Man e Sealion (uma frenética versão do clássico Sea Lion Woman de Nina Simone) dividem espaço com suaves performances jazzísticas em The Water e So Sorry e com o indie rock de I Feel It All e Past In Present. (capa) (download)

16. FRIEND AND FOE by Menomena

O ano mal havia começado e o indie rock já ganhou uma pérola na forma de Friend And Foe, do trio norte-americano Menomena. O disco já chama atenção pela arte de capa sensacional, e o som é de um pop psicodélico, sujo, digno dos momentos mais bizarros do Flaming Lips. A voz berrada meio ao estilo "Isaac Brock" (Modest Mouse) de Brent Knopf aumenta ainda mais o teor de ironia das letras. Em meio a porradas como The Pelican e Airaid ainda sobra para bonitas baladas melódicas como Duel e Wet And Rusting prenderem nossos ouvidos nos 45 minutos de duração do álbum. (capa) (download)

Marcadores: