domingo, 30 de março de 2008

COSMIA.



Na semana passada finalmente consegui (meu soulseek não ajudava) baixar o EP lançado no ano passado pela (gatinha, por sinal) Joanna Newsom. O The Joanna Newsom & The Ys Street Band EP possui três faixas gravadas em estúdio pela moça acompanhada da sua banda de suporte na turnê do lindo disco Ys, de 2006. Além de uma canção original (a "medieval" Colleen), o EP traz duas versões de músicas de seus álbuns anteriores.

A melhor dentre essas versões é a de Cosmia, presente em seu já citado disco. Aqui ela vai além do aspecto barroco da gravação original, onde a harpa e a voz de Joanna eram o foco principal. A música ganha mais energia com o vigor dos músicos da Ys Street Band. A orquestração é substituída por violões e um acordeão delicioso, além do adicional de uma percussão suave, leve, que casa magistralmente com a doce voz de Joanna, uma coisa meio Bjork encontra Jenny Lewis (Rilo Kiley). Ao final, nos últimos cinco minutos, a música mergulha numa suíte que gradualmente vai se esvaindo, cheia de dedilhados e landscapes sonhadores, entrando de cabeça em um dream folk pop, se assim possamos rotular.

Joanna Newsom & The Ys Street Band - Cosmia (mp3, 13'22'', 19 MB, 192 KBPS, YouSendIt)

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sábado, 29 de março de 2008

ZIRIGUIDUM'S TOP 30 TRACKS OF 2007 - PT. III

Meldels, já tamo chegando em Abril e eu não terminei esse negócio ainda. Essa vida de vadiagem. Mas tudo bem, continuemos agora com a listinha que, prometo, termina até semana que vem.

20. Teddy Picker by Arctic Monkeys

O rock cru e sem frescureiras do Arctic continuou a provar sua eficiência no excelente diasco Favorite Worst Nightmare, e em Teddy Picker a banda ratifica o talento exemplar de Alex Turner em compor melodias pop que grudam mais que trident em cabelo. A música também forneceu o melhor momento do show dos caras no último Tim Festival em Curitiba, na minha humilde opinião. (ouça)

19. Archangel by Burial

Minha primeira incursão no mundo do dubstep se deu por meio de Untrue, disco do DJ/Produtor inglês alcunhado como Burial. As suaves batidas que lembram um drum'n bass cheio de sujeira, como se um vinil tocando cheio de poeira, dão toda a atmosfera obscura que permeia Archangel. Os loops vocais usados pelo DJ aumentam a ansiedade quase desesperada que a faixa passa, como um clamor de socorro: "let me be alone". (ouça)

18. Kanske Ar Jag Kar I Dig by Jens Lekman

Beach Boys, Sammy Davis Jr., Buddy Holly, Trilhas de filmes da década de 50. Enfim, o número de influências que cabem ao "trovador" sueco Jens Lekman são incontáveis, e todas se fazem presente nessa faixa, que apesar do título em sueco, é toda cantada em inglês. Além dos corozinhos divertidos dos backing vocals, a música se transforma no final em uma suruba de metais e beats eletrônicos deliciosos. Tudo permeado pelo senso de humor auto-zoativo de Jens na letra. Feel-good hit de 2008. (ouça)

17. Keep The Car Running by Arcade Fire

O título já sugere: aqui nessa música, Win Butler clama para manter o carro andando em alta velocidade. A letra é cantada com força, lembrando o profetismo de Bruce Springsteen. O riff tocado no mandolin é pulsante e a música corre sem parar pelos ouvidos. Um épico compacto, sem pretensionismos, em 3 minutos de muita profundidade musical. (ouça)

16. Atlas by Battles

O eletronicismo bizarro do Battles se configura na sua capacidade pop máxima (dentro do permitido pelo experimentalismo da banda) nessa faixa de quase 8 minutos. As batidas do ex-baterista do Helmet John Stanier são sensacionais, agressivas ao extremo e é impossível não se ver fazendo um "air-drum" no meio da música. Os efeitos conseguidos pela banda no híbrido teclado/guitarra dão todo o aspecto futurista da música, que ainda conta uns gritos distorcidos por efeitos de sintetizadores do vocalista Tyondai Braxton. (ouça)

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quarta-feira, 12 de março de 2008

BLIND.

Essa é daquelas que basta ouvir uma vez pra falar "putaquepariu, quero ouvir de novo, de novo e de novo até enjoar". Blind é o primeiro single do projeto Hercules & Love Affair, novo protegée da famosa DFA Records de James Murphy (LCD Soundsystem). Andrew Butler, nova-iorquino, comanda as batidas e melodias do grupo, que conta com a participação de Tyler Pope, baixista do !!!, e do andrógino Antony Hegarty (Antony & The Johnsons), que contribui com seus "vocais Nina Simone" em várias faixas.

Em Blind, Antony canta como uma verdadeira diva da dance music. A presença marcante de sua voz dá um tempero especial nos devaneios filosóficos que permeiam a letra. A linha de baixo é consistentemente uptempo: um monstruoso riff disco anos 70. Batidas percussionadas numa linha meio latinbeat. E, pra completar, metais complementam os prelúdios entre as estrofes dando a atmosfera épica que o nome da banda sugere. Alguém duvida que essa seja a D.A.N.C.E. de 2008?

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