domingo, 13 de janeiro de 2008

ZIRIGUIDUM TOP 5 ALBUMS OF 2007

E a contagem chega ao final! A seguir, os cinco melhores discos do ano que se passou apontados após uma seleção apurada feita por mim em meio ao meu disco rígido e minha memória musical:

5 // HISSING FAUNA, ARE YOU THE DESTROYER?// by Of Montreal

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A música eletrônica domina cada vez mais a cabeça do compositor e vocalista Kevin Barnes, o homem por trás da banda Of Montreal (que apesar do nome é norte-americana). Hissing Fauna, Are You The Destroyer? completa a transição apontada por Sunlandic Twins, onde psicodelia sessentista se une ao indietronica e batidas disco. O álbum lançado pela banda no início de 2007 pode ser considerado, sem sombra de dúvidas, seu melhor trabalho. As doze faixas escorrem com fluidez, e a voz de Barnes passeia por várias personalidades, tranquila, sem parecer forçada em nenhum momento. A porrada de abertura, Suffer For Fashion, é cativante e já o incita a dançar. Gronlandic Edit venera a disco music, e parece feita sob medida para tocar em pistas de patinação. The Past Is A Grothesque Animal, um tour de force nervoso de 12 minutos, é perturbadora, com seu solo de teclado sintético e pesado dando o tom com a voz gritante de Barnes. Faberge Falls For Shuggie, divertidíssima, traz Barnes brincando com os falsetes e abusando da ironia. Um álbum genial, delicioso aos ouvidos; Hissing Fauna, Are You The Destroyer? é daqueles discos que você ouve sem parar por semanas seguidas. (baixe este disco agora!)

4 // BOXER // by The National

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Melancólico e desesperador como a desolação e solidão de beber em bares do submundo na alta madrugada. Se você quer uma definição concisa da espécie de som que temos aqui essa pode parecer amedrontadora, mas talvez seja a mais adequada. Boxer afirma mais uma vez a evolução do som da banda de Brooklyn, NY: o The National. O vocalista Matt Berninger com sua voz de barítono única e potente guia junto aos riffs característicos das músicas da banda esse álbum, que é doce e sublime em toda sua obscuridade e deslocamento. Um sentimento de marginalização domina, e a voz de Berninger é confiante, como alguém consciente do seu sofrimento e sua condição mas sem vergonha de extravasar tudo isso. Em Ada, por exemplo, a doce melodia no piano (tocado por Sufjan Stevens) e no dedilhado de violão serve de colchão para Berninger deitar e confessar sua insistência em descobrir os porquês de uma relação mal-acabada. Mistaken For Strangers é pesada, forte (um dos melhores riffs de guitarra do ano) e a certeira bateria de Bryan Devendorf martela na cabeça enquanto Matt discorre da efemeridade de muitas das nossas amizades. Sobre ainda para Berninger celebrar o amor puro mas fadado a terminar a qualquer momento em Apartment Story, onde mais uma vez a bateria de Devendorf aparece com destaque. Boxer é um álbum deliciosamente obscuro, de uma maneira ácida e "alcóolica" que apenas caras como Tom Waits e Nick Cave já fizeram. (clique aqui e baixe o disco!)

3 // PERSON PITCH // by Panda Bear

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Noah Lennox (a.k.a. Panda Bear) é uma das quatro mentes bizarras e visionárias que integram o Animal Collective. Radicado em Lisboa, o compositor norte-americano gravou em Person Pitch sete músicas todas à partir de micro-samples que não duram mais de 10 segundos. Bros é a principal delas por trazer um senso melódico apurado e requintado, que deixa difícil acreditar que ela é feita apenas com samples. Acordes degustáveis e brilhantemente bizarros, como uma ensolarada melodia de Brian Wilson. As colagens psicodélicas continuam em Take Pills, uma ode aos comprimidinhos da felicidade. I'm Not é etérea e sua melodia é inconstante de uma maneira estranhamente agradável. Good Girl/Carrots, por sua vez, traz samples de Lee Perry e um ritmo dub sujo, misturado com música indígena. Person Pitch marcou o ano como o disco mais original produzido e, ao lado de Since I Left You dos Avalanches e Endtroducing... do DJ Shadow, é um dos maiores clássicos produzidos apenas com samples. (baixe o disco!)

2 // SOUND OF SILVER // by LCD Soundsystem

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James Murphy lançou o disco que melhor define a música de 2007: Sound Of Silver. Um passeio de 40 minutos pelo punk, pós-punk, dance music, house, disco, rock, soul, e indie rock. É mole? Some a isso a música do ano, All My Friends, com seus sete minutos carregados por um piano insistente e agradavelmente repetitivo que dá o pano de fundo urgente para a letra sobre a efemeridade da vida. O glamour estilo David Bowie na fase Berlim em Get Innocuous abrindo o disco é seguido pelas batidas disco de Time To Get Away. Aí vem: disco-punk em North American Scum. As melhores batidas eletrônicas do ano povoando Someone Great. A agitada Us v Them. O pancadão punk de Watch The Tapes. O glitch/trance/house de Sound Of Silver. E a finalização precisa meio à lá Otis Redding em New York I Love You, But You're Bringing Me Down. Um disco sem falhas e destinado a se tornar um clássico certo dentre os híbridos de dance e rock já produzidos. (baixe o disco)

1 // GA GA GA GA GA // by Spoon

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É difícil imaginar alguém na música pop atual que seja um compositor de tamanha visão e percepção musical quanto Britt Daniel. O vocalista e líder da banda texana Spoon, já com seis álbuns lançados, consegue a cada disco expandir mais o som indie rock de seu grupo para muito além das origens guiadas por Pixies e Pavement que os lançaram na cena. Ga Ga Ga Ga Ga impressiona por sua unidade. 10 músicas diretas, nada excêntricas. Canções originais que fisgam o ouvinte. É impossível apontar uma faixa ruim no disco. Don't Make Me A Target transita entre um pop melódico, tranquilo e um tour de force com a guitarra distorcida fazendo par com um piano arrebatador. You Got Yr. Cherry Bomb é o mais Motown que o indie rock pode ser e poderia ter sido produzida por Phil Spector. A dançante Rhthm & Soul abre o caminho para O dub fodaço de Eddie's Ragga. Depois temos ecos de música latina em The Underdog (produzida por Jon Brion) e a animada Finer Feelings, que tem traços de The Clash em Sandinista! O disco acaba com Black Like Me, uma doce balada que quando caminha para o seu climax acaba repentinamente com o Spoon a deixar no ar o sentimento de ansiedade da música pop experimental. Um desejo de sempre inovar sem excessos, sem frescuras e buscando em pouco mais de 3 minutos, surpreender. Ga Ga Ga Ga Ga é, de longe, o Spoon em sua melhor forma. (clique aqui e baixe o primeiro lugar!)

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1 Comentários:

Blogger Livio disse...

spoon?
sou mais lcd.

16 de janeiro de 2008 às 13:14  

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