terça-feira, 13 de maio de 2008

THE COOLEST RECORDS OF THE 90s - NUMBER 9

Como eu realmente gosto de destilar verbetes acerca de música, mais especificamente aquela que agrada aos bons ouvidos, venho aqui mais uma vez postar - pra ninguém, ao que parece - a seqüência da "lista" dos meus discos favoritos da década de 90, a famigerada era do Compact Disc, das Boy Bands, de escândalos sexuais e da globalização. Por quê afinal, a internet é a grande morada dos desocupados e das idéias banais e gratuitas.

9. PARKLIFE by Blur

A imprensa musical, por muitas vezes, acaba por prejudicar a própria música. Não são raros os casos de artistas que são criados e destruídos pela "mídia". O hype, hoje um termo tão corriqueiro nesse meio venenoso que é a crítica musical, já foi uma coisa meio rara, porém não inexistente. Um exemplo, foi o caso Blur x Oasis, um episódio que diria ser ilustrativo não só da música pop dos anos 90, como também do hype e do sensacionalismo das revistas e jornais culturais. O Blur, com seu disco de estréia de 91 (Leisure) conquistou um bom status de banda "queridinha" do Reino Unido e emplacou vários singles nas paradas. No entanto, problemas com drogas e uma nova direção musical que acabou desapontando o público e algumas camadas da crítica, no híbrido de The Fall e shoegaze de Modern Life Is Rubbish, fez Damon Albarn virar figurinha típica dos tablóides ingleses e o Blur entrar numa certa "crise". Pra piorar, o Oasis tomara a ponta como a banda inglesa mais adorada e os integrantes das duas bandas viviam trocando gentilezas.

Todo esse clima ruim, ao contrário do que muitos esperavam, acabou favorecendo o Blur. Parklife foi lançado em 94 e emplacou três singles no primeiro lugar das paradas britânicas e se tornou um dos álbuns mais vendidos da terra da Rainha. E o disco não foi apenas um sucesso de público não. A crítica se curvou aos pés de Damon Albarn e Graham Coxon, que eram aclamados como a melhor dupla de compositores ingleses desde Morrissey e Johnny Marr dos Smiths.

E que fique bem claro, que toda essa badalação não foi sem motivo. Parklife é um dos melhores discos pop já lançados e não se limita à receita dos rivais do Oasis de fazer um xerox de bandas aclamadas como Beatles e Sex Pistols. O Blur não se limita a rótulos e busca adequar o britpop que estava tão em voga na sua terra a inúmeros estilos musicais, passando pelo pop melocoton dos Beach Boys, por psicodelias meio Syd Barrett de ser, pelo punk do Wire, Television, synth pop, pela cena rave madchester, e até mesmo pelo pop francês. Tudo, sem perder a identidade da banda, presente na voz típicamente inglesa de Albarn, num disco que como numa resposta aos críticos, mostra que a banda não quer nem saber em se adequar a uma coisa ou se prender a esse ou aquele gênero, mas sim fazer música, doa a quem doer.

O Blur ainda viria a fazer outros discos maravilhosos nessa década, como o auto-intitulado Blur de 97 e o melancólico 13 de 99, no entanto é Parklife o grande clássico da banda, o disco que será lembrado pra sempre como prova de que este foi um dos grandes grupos da Inglaterra.

A seguir, a linda balada This Is A Low, ao vivo nos estúdios da emetevê:


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1 Comentários:

Blogger Bia disse...

Marcelo, eu leio seus posts!

16 de junho de 2008 às 05:33  

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