sexta-feira, 18 de abril de 2008

RESENHA: MYSTERY JETS - 21

Eles eram um quinteto que prometia salvar o rock progressivo. O cabeça da banda era um tiozão de cinqüenta e poucos anos, papai de um dos outros integrantes, todos garotões no auge de seus 20, 21 anos. Até rendia uma boa mistura, mas no fundo a massa não tinha muita liga. Essa banda, agora um quarteto, atende pelo nome de Mystery Jets e entre suas referências estavam dinossauros prog como King Crimson e Yes.

Junto com o "mentor" dos moleques, foi embora todo tipo de referências neo-progressivas, virtuosismos, frescurinhas e picuinhas. O som em Twenty-One, o segundo disco, é completamente revigorante, enxuto, jovem. Provavelmente, se alguém me dissesse que o Mystery Jets faria um dos melhores álbuns pop que eu já ouvi, eu nunca acreditaria. Mas é isso que Twenty-One é: pop pop meeesmo, daqueles bregas, grudentos, que mistura referências de tudo que já foi modinha entre a gurizada e onde cada música poderia ser um single.

Ok, não vamos abusar na interpretação aqui achando que por isso quero dizer que o som do disco mistura influências de Backstreet Boys, Hanson, e High School Musical. É pop dos bons, como Duran Duran, ABC, The Cure, Talking Heads. E sim, as influências são completamente eighties, no entanto o contexto new english rock em que a banda está inserida faz essas referências terem uma sonoridade bem fresca. Um exemplo é Young Love, o primeiro e maravilhoso single. Indie pop, meio twee, e uma letra simples, bonitinha, grudenta. Tudo isso fica ainda melhor quando a lindíssima Laura Marling dá sua contribuição com sua voz delicada e inocente, aumentando ainda mais o clima adolescente da faixa.

Hideaway assusta com suas sirenes. O feel é new rave, meio que lembra Klaxons de fato. A música começa, e o synth pop frenético da música se espalha, com os vocais dando o suporte ansioso que o ritmo rápido das guitarras e teclado precisa. Two Doors Down, talvez a melhor de Twenty-One, é o típico hit veranístico europeu, se assim posso classificar. Backing vocals bonitinhos, teclados oitentistas, feeling nostálgico, e um refrão que vai grudar na sua cabeça antes mesmo da música acabar. Aqui também cabe um comentário de um amigo meu quanto aos metais que aparecem no final da música: "Parece coisa velha do Kid Abelha. É animal!"

A doce e calma Flakes é tão pop que poderia ser a trilha perfeita para os finais de baile Prom nos filmes da Sessão-da-Tarde. Sabe quando o nerd bobão dança com a gatinha que ele passa o filme tentando pegar e aí ela resolve ficar com ele? É na hora do beijo que entra o refrão de Flakes. O disco ainda tem MJ, um divertido pop new wave, com cara de The Cars. E já perto do fim, Behind The Bunhouse é a faixa que mais lembra o disco anterior, Making Dens.

Twenty-One surpreende pela mudança de filosofia da banda e pela ótima habilidade de composição dos integrantes, que mostram que mesmo ainda jovens são capazes de fazer música pop como nenhum outro. Uma pena que o pop de verdade não convença o grande público, e apenas os indie geeks feito eu despirocam ouvindo isso. Talvez seja só eu, mas creio que num mundo perfeito, Young Love lideraria as paradas e Twenty-One venderia 2 milhões de cópias. Ou não.

[mp3] Mystery Jets - Two Doors Down
[mp3] Mystery Jets - Young Love

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