sexta-feira, 9 de maio de 2008

THE COOLEST RECORDS OF THE 90s

Ok pessoas, eu ainda estou devendo o final da lista das melhores músicas de 2007, mas uma ânsia por fazer uma nova lista veio a meu ser recentemente. A premissa é básica: os discos que, na minha sincera e humilde - porém não muito confiável - opinião, são os mais legais dos anos 90. Deixo claro que aqui não avalio se tal disco é musicalmente revolucionário ou perfeito (é claro que isso ajuda também), mas sim, se eles são simplesmente legais e criam uma atmosfera própria quando os coloco para tocar no meu radinho.

Considerando que os anos 90 foram meus anos de formação juvenil, é interessante olhar pra uma década da música em que, apenas quando a deixei, grandes jóias que ficaram escondidas do meu alcance receberam minha devida atenção. Com exceção de Radiohead e Blur, todas as bandas presentes nessa lista nem ao menos haviam sido introduzidas ao meu cotidiano. Novamente, se eu fizesse aqui uma análise esmiuçada do que se produziu na música dos anos 90, no sentido técnico ou significativo, enfim, teríamos aqui obras primas como Spiderland do Slint, ou Endtroducing do DJ Shadow, ou ainda o Nevermind do Nirvana, apenas citando exemplos. Pra começar a minha lista de discos favoritos, o pop barulhento e estranho de Isaac Brock e o Modest Mouse.

10. THE LONESOME CROWDED WEST by Modest Mouse

Não se trata de um disco essencialmente pop. Muito menos essencialmente rock. É um disco difícil, e custou-me certa insistência para absorvê-lo completamente. Não dá pra negar que entre as 15 músicas do álbum, existem algumas melodicamente mais tradicionais que chamam a atenção mesmo do ouvinte mais desprevinido, como Trailer Trash e Polar Opposites, mas no geral é um clima meio agressivo e hostil, a começar pela voz estridente de Brock, que dá o tom irônico/non-sense das músicas. E, pra quem conhece o Modest Mouse, sabe que não é só o tom de voz que segue essa linha. Aqui as letras são mais sarcásticas do que nunca, mergulhando em assuntos de religião, literatura junkie - na linha beat generation - e num sentimento meio hipster marginalizado, como um pronunciamento dos alternativos da linha indie na época (meados da década).

Voltando ao lado musical, é impossível não viciar no disco assim que você traga conscientemente tudo que ele tem pra oferecer. Desde os riffs que abusam dos palm-mutes, as distorções atmosféricas, os solos malucos cheio de quebras de seqüencia e os momentos onde a banda faz muito barulho em jams bem executadas. Sobra até pra um divertido folk bizarro em Jesus Christ Was An Only Child. Ah, não falta também a sensibilidade melódica de Brock que com Lounge (Closing Time), nos dá uma prévia da sua capacidade de criar ritmos pegajosos que depois viria com o sucesso de Float On e Dashboard. Dificilmente o dançante riff que guia a faixa sairá da sua cabeça. Um dos hinos da banda, por assim dizer, também está no disco: a insana Doin' The Cockroach tem um dos solos mais legais que já ouvi.

The Lonesome Crowded West é um disco que, juntamente como There Is Nothing Wrong With Love do Built To Spill, inaugura uma nova linha do indie rock "faça você mesmo" que segue o caminho dos precursores Pavement e Pixies mas o faz adicionando um tempero emprestado do hardcore do Fugazi, do grunge de Seattle (região de onde o Modest Mouse saiu) e até mesmo do Alt Country que ganhava atenção na época. É uma coleção de canções divertida e inteligente, e por isso inaugura a nova lista do Ziriguidum.


Se quiser saber mais (ou seja, ouvir o disco), deixe um comentário! (AHA! Malandrão você hein, Marceleza)

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